Diversos alimentos são movimentados diariamente através do transporte rodoviário, suprindo diversos estabelecimentos, como no caso de mercados.
O fato de os alimentos serem transportados via terrestre traz diversas características e cuidados necessários na hora de realizar essa locomoção.
Em seguida, saiba mais sobre suas principais características:
Características do transporte rodoviário de alimentos
Há uma vasta gama de alimentos que podem ser transportados, sendo que cada um conta com suas características próprias para a viagem.
Atualmente, é possível segmentar os alimentos em dois grupos distintos: perecíveis e não perecíveis.
Confira as principais particularidades e cuidados para o transporte rodoviário de alimentos desses alimentos:
Alimentos perecíveis

São os alimentos que apodrecem rapidamente, devido a quantidade de água que está no alimento.
É comum que esses alimentos não durem mais de uma semana sob refrigeração, necessitando ser entregue rapidamente.
Esses alimentos podem ser:
- carne vermelha;
- frango;
- peixe;
- frutos do mar;
- vegetais;
- leite;
- frutas;
- ovos e seus derivados (como queijo e maionese);
- legumes;
- entre diversos outros.
Cada carga conta com algumas regras específicas, além de oferecerem mais riscos e cuidados de adequação.
No entanto, esses alimentos perecíveis também costumam contar com valores de fretes maiores, justamente a mão de obra maior.
Normas para perecíveis dentro do transporte rodoviário de alimentos
Os alimentos perecíveis contam com diversas normas, devido ao prazo para que esses alimentos não apodreçam.
Em seguida, confira mais sobre as principais ordens no que diz respeito ao transporte rodoviário de alimentos perecíveis:
- CONTROLE DE TEMPERATURA E HIGIENE: através do controle de temperatura e da fiscalização da higiene, é possível evitar que ocorra uma proliferação de micro-organismos nos alimentos, não causando estragos desnecessários a carga.
- CONTROLE DO TEMPO DA VIAGEM: assim como o controle de temperatura e higiene, o tempo de viagem também pode impactar diretamente na proliferação de micro-organismos, sendo necessário atenção extra.
- CONTATO COM OUTROS ALIMENTOS: o contato com outras cargas e até mesmo alimentos pode contaminar o produto, sendo preciso cuidados redobrados ou realizar o transporte em um compartimento que seja único para a carga perecível.
- MATERIAIS PARA PROTEGER/FIXAR OS ALIMENTOS: todos materiais utilizados a fim de proteger e fixar a carga que entram em contato com os alimentos devem ser desinfetados antes do uso, como no caso de plásticos e cordas que envolvem os produtos.
Existem também as normas como embalagens adequadas, peso e volume conforme indicado para que a carga seja transportada sem problemas.
Dentro do transporte rodoviário de alimentos, independentemente de ser um alimento perecível ou não, o veículo precisa passar por uma inspeção sanitária, a fim de obter um certificado de vistoria.
Além disso, também há a necessidade de que o veículo tenha, em suas laterais, o aviso a respeito de que tipo de carga é levada.
Esse aviso deve conter o nome, endereço e telefone da empresa responsável, para que os responsáveis sejam notificados caso ocorra algum problema ou infração com a carga.
Normas para alimentos resfriados, rapidamente congelados e congelados
Assim como citado anteriormente, existem diversos alimentos perecíveis que podem ser transportados, sendo que alguns devem ser refrigerados ou congelados durante a viagem.
Nesse caso, existem ainda mais regras para obedecer durante o transporte rodoviário de alimentos.
Para o transporte desses alimentos específicos, como no caso das carnes, o veículo precisa contar com uma câmara refrigerada.
Além da câmara, também é preciso contar com um termômetro calibrado de fácil acesso e verificar todos os equipamentos, analisando se não há risco de performance na viagem ou até mesmo de contaminação.
O termômetro é essencial para que o encarregado pela carga possa verificar a temperatura a qualquer hora, verificando se está no grau ideal para aquele tipo específico de carga.
Assim, será possível transportar os alimentos na temperatura adequada, sendo que essa temperatura é definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Dentro do grupo de alimentos perecíveis, é possível encontrar ainda mais três subgrupos, sendo eles: resfriados, rapidamente congelados e congelados.
De acordo com a Comissão Interministerial de Saúde e Agricultura (Cisa), essas são as temperaturas adequadas para cada grupo:
- RESFRIADOS: abaixo de 10º C;
- RAPIDAMENTE CONGELADOS: abaixo de 18º C;
- CONGELADOS: abaixo de 8º C.
A Resolução MA/MS nº 10/1984 dispõe algumas instruções para conservação nas fases de transporte, comercialização e consumo dos alimentos perecíveis, industrializados ou beneficiados, acondicionados em embalagens.
Todo o armazenamento desses alimentos deve ser feito com materiais impermeáveis, laváveis e lisos.
Dentro da categoria do transporte rodoviário de alimentos perecíveis, esses grupos são os que contam com um pagamento maior, também devido a mão de obra e normas a serem seguidas.
Lembrando que o transporte rodoviário de alimentos resfriados, rapidamente congelados e congelados é determinado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, regulamentado por duas legislações federais, sendo elas a Portaria 326/1997 e a Resolução 275/2002.
Preservação de alimentos perecíveis no transporte rodoviário de alimentos
Por serem alimentos que estragam facilmente, a preservação é um dos cuidados essenciais para que a carga seja entregue sem nenhum problema ao destinatário.
Isso faz com que haja uma série de condições que devem ser levadas em consideração, pois o alimento perecível pode ser afetado por condições químicas, biológicas e até mesmo física.
Isto é, a contaminação, umidade, iluminação, temperatura, ventilação, o prazo de entrega e todas as exigências sanitárias devem ser seguidas rigorosamente, assim como visto anteriormente nas normas citadas.
No entanto, os fatores físicos, como a embalagem, armazenagem, transbordo, empilhamento, impacto são outras condições determinantes que devem ser cumpridas.
A embalagem do produto é um ponto levado em consideração quando se trata do transporte rodoviário de alimento, uma vez que conta com diversas funções, sendo elas:

- PRIMÁRIA: essa embalagem contém o produto principal a ser enviado, que deverá ser protegido e acondicionado pelas outras embalagens;
- SECUNDÁRIA: a função secundária busca acondicionar as embalagens primárias, e são comuns para usar em pontos de venda no varejo, como fardas de cerveja, por exemplo.
- TERCIÁRIA: após a embalagem secundária, há o contentor de materiais, como o plástico, a madeira, o papelão e outros materiais resistentes para conter as embalagens anteriores que sempre devem ter um desenho ergonômico e não pesar mais de 15kg de carga;
- QUATERNÁRIA: é a unitização das embalagens terciárias, como paletes (que devem seguir o padrão PBR), a fim de armazenar e transportar os produtos.
- QUINÁRIA: a função quinária é utilizada somente no envio à distância (como em contêineres, que devem seguir o padrão ISO) ou então para preservação especial.
Alimentos não perecíveis
Ao contrário dos perecíveis, esses alimentos não apodrecem rapidamente, devido também a quantidade de água que está no alimento.
É comum que eles tenham uma consistência seca, e não há grandes dificuldades quando se diz respeito à armazenação.
Até mesmo em campanhas de doação de alimentos, são sempre os alimentos não perecíveis que devem ser entregues.
Desse modo, a grande quantia de alimentos não estragam facilmente, mesmo em temperatura ambiente.
Entre os principais alimentos não perecíveis, estão:
- milho;
- café;
- óleo;
- achocolatados;
- massas;
- feijão;
- arroz;
- açúcar;
- farinhas;
- entre outros.
Normas para não perecíveis dentro do transporte rodoviário de alimentos
No transporte rodoviário de alimentos não perecíveis, não existem muitas normas, devido ao risco menor de estragar e outros fatores, como por exemplo:
Há a facilidade do transporte desses alimentos em caixas, o que não ocorre nos alimentos perecíveis, como as frutas, que não podem ser esmagadas durante o transporte.
A acomodação dentro do veículo é facilmente realizado, o que também significa menos tempo na hora de carregar e descarregar.
Assim, as normas específicas a serem cumpridas são as de peso máximo e quantidade de volumes a serem empilhados, visando não gerar danos à carga e/ou acidentes.
Assim, as normas específicas a serem cumpridas são:
- PESO MÁXIMO E VOLUME: as normas de peso máximo e quantidade de volumes a serem empilhados devem ser cumpridas, visando não gerar danos à carga e/ou acidentes. As informações variam conforme o alimento e embalagem em que é guardado, sendo preciso verificar como o empilhamento deve ser realizado na documentação do frete e nas próprias caixas da carga.
- DATA DE VALIDADE: se tratando de alimentos, é importante nunca transportar alimentos com data de validade vencida ou próximos à data, para não correr riscos desnecessários.
- DOCUMENTAÇÃO: a documentação da carga é o essencial para poder levar à carga de um lugar ao outro sem problemas, sendo preciso verificar se tudo está correto.
Armazenamento de cargas no transporte rodoviário de alimentos
É comum que todas as formas de armazenar e transportar os alimentos sejam avaliados anteriormente, durante o próprio processo de desenvolvimento.
Como resultado, todos os conceitos logísticos são levados em consideração na hora de avaliar como eles serão armazenados e transportados.

Pontos levados em consideração na hora do armazenamento de alimentos
Atualmente, existem três pontos principais que a logística considera na hora de realizar o processo de desenvolvimento:
- Recebimento e expedição;
- Instalações físicas;
- Estocagem.
Em seguida, veja mais sobre cada um:
Recebimento e expedição
São considerados aspectos como: quais transbordos, transferências são mais eficientes para o processo do transporte rodoviário de alimentos.
Instalações físicas
As instalações físicas são essenciais para o transporte de alimentos, pois as aberturas são capazes de contaminar o ambiente na hora da transferência do caminhão e também durante a conferência da carga.
Nesse processo, é comum que sejam utilizados sistemas de código de barras e softwares de gerenciamento de armazéns para otimizar o processo.
Estocagem
O último grande ponto a ser levado em consideração diz respeito a possibilidade de acesso direto ao produto.
Além disso, também é verificado a quantidade de vezes em que ele é acessado durante o processo.
Com base nesses aspectos, é utilizado os conceitos FIFO e FEFO, a fim de manter os produtos no menor tempo possível em estoque.
O FIFO diz respeito ao primeiro produto que entra será o primeiro produto que sai, enquanto o FEFO trata do primeiro produto que expira a validade é o primeiro que sai.
Desse modo, é possível manter o estoque controle, com todos os cuidados necessários para que não haja riscos de perder a carga, ainda mais quando se trata do transporte de alimentos perecíveis.
Perigos do transporte rodoviário de alimentos
Por se tratar de transporte rodoviário, é comum que as condições de conservação de rodovias sejam o principal problema e um dos maiores cuidados das empresas de logísticas.
Além de todas as condições e exigências relacionadas a preservação de alimentos, é preciso o cuidado nas estradas.
De acordo com a Pesquisa de Rodovias da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 59% da malha rodoviária pavimentada apresenta algum problema.
Esses problemas foram considerados regulares, ruins ou péssimos, sendo o principal problema a geometria da via, como a presença de faixa adicional, curvas perigosas e a existência de acostamento.
Diversos alimentos, além de perecíveis, são frágeis, o que pode causar diversos problemas a carga por conta de estradas problemáticas.
Conclusão
No Brasil, grande parte dos alimentos são levados por via terrestre, devido a facilidade do embarque e desembarque dos produtos.
Entretanto, existe uma série de características do transporte rodoviário de alimentos que devem ser levados em consideração junto aos cuidados exigidos que foram expostos no artigo de hoje.
Com os devidos cuidados, os alimentos não serão desperdiçados, consequentemente, também não havendo prejuízos por parte da empresa de logística.