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Cross Docking: Como Funciona e Como Implementar na sua Empresa

O Cross Docking (que tem como significado cruzamento de docas) busca auxiliar diversos empreendedores na área do transporte de mercadorias.

O termo surgiu quando mercadorias eram descarregadas pelos navios nos galpões, sendo, em seguida, transportadas por esteiras automatizadas para caminhões que já estavam à sua espera.

Isto é, esse sistema não surgiu recentemente, sendo somente aprimorado desde então por diversos empreendimentos.

Em seguida, confira mais sobre como funciona o Cross Docking:

Como o sistema de Cross Docking funciona?

Esse sistema de distribuição funciona de forma simples: quando um produto é vendido, o empreendedor envia para um centro de distribuição ou armazém.

Ao chegar nesse local, novamente o produto é redirecionado, mas dessa vez para o cliente final.

Nesses centros de distribuição, já existe a infraestrutura necessária para que as cargas sejam separadas de modo adequado e seguro, para então serem enviadas a seus destinatários.

Dentro do Cross Docking, a agilidade também é um processo importante, pois os produtos são enviados imediatamente ou no prazo máximo em 24 horas.

Ou seja, o centro de distribuição é somente uma área para separação e manipulação das cargas, não servindo para outras funções.

Tipos de Cross Docking

O sistema de distribuição de cross docking apresenta três tipos muito utilizados atualmente, sendo eles:

  • movimentação contínua;
  • movimentação consolidada ou híbrida;
  • movimento de distribuição.

Em seguida, confira mais sobre cada uma:

Movimentação contínua

É a modalidade mais comum, onde tanto o fornecedor, transportador quanto operador logístico irá receber os produtos e os enviar, da forma mais rápida possível.

Nessa modalidade, a agilidade é essencial, pois é essencial evitar qualquer acúmulo em estoque.

Movimentação consolidada ou híbrida

Nesse caso, há a intercalação da distribuição e o envio da carga de forma imediata, com o direcionamento de alguns itens ao estoque.

Essa modalidade também é muito utilizada caso as mercadorias de um cliente não cheguem ao mesmo tempo.

Em casos como esse, há uma espera para que todos os produtos de um cliente específico cheguem, a fim de realizar uma só remessa.

Movimento de distribuição

Por fim, essa opção é muito utilizada entre empresas, pois os pedidos de um único cliente são separados, e os produtos contam com o volume necessário para preencher toda a capacidade do veículo.

Formas de classificação do sistema de distribuição de Cross Docking

Apesar da movimentação ser a forma mais conhecida de classificação, diversos empreendimentos também os classificam de outras formas.

Número de “estágios” ou toques

Nesse caso, o cross docking é classificado conforme a mercado é “tocada” para realizar as entregas.

  • ONE-TOUCH: os produtos são tocados apenas uma vez, ou seja, a mercadoria sai de um caminhão e vai direto para outro, que já realizará a entrega da mercadoria.
  • TWO-TOUCH: nesse caso, as mercadorias são recebidas e colocadas em um centro de distribuição, chamado de picking (que é considerado o 1º toque). Os produtos são colocados na porta em que o caminhão irá chegar, a fim da carga ser posta nele (2º toque).
  • MULTIPLE-TOUCH: na terceira modalidade, os produtos são recebidos (1º toque), acondicionados (2º toque) e colocados em um caminhão (3º toque), formando “múltiplos toques/estágios”.

Por ser classificados em etapas, os produtos também podem contar com uma maior organização do centro de distribuição que os redirecionará.

Cargas aos clientes

Nessa modalidade de classificação, as mercadorias são definidas por como são distribuídos aos clientes, sendo somente a pré-distribuição ou pós-distribuição.

Na primeira modalidade, o produto é designado para cada cliente antes mesmo de sair do fornecedor, através de etiquetagem.

Já na pós-distribuição, o produto é recebido na terminal e a designação é realizado na mesma hora, antes de transferir a carga para os caminhões.

Características físicas do terminal 

As características físicas do terminal de cross docking são classificadas para que as empresas saibam qual terminar escolher, pois determinam também como o processo será feito:.

  • FORMATO DO TERMINAL: o formato do terminal pode variar, pois pode ter um formato visto de cima conforme as letras I, L, U, T, H ou E.
  • PORTAS: cada porta é um local onde um caminhão irá descarregar ou colocar os produtos, sendo assim o número de portas variam, como de 6 a 8. No entanto, existem terminais que contam com até mesmo 500 portas.
  • TRANSPORTE: dentro do centro de distribuição, as mercadorias podem ser feitas de forma manual (com pessoas com equipamentos) ou de forma automática (como com correia transportadora) e existem casos onde ambos acontecem no mesmo local.

Todos esses fatores podem determinar qual centro de distribuição o empreendimento irá escolher, pois irão determinar também a agilidade de todos os processos.

Outros tipos de classificações 

Por se tratar de um sistema muito utilizado, existem ainda mais classificações, como por exemplo:

  • OPERACIONAL: São as classificações de como cada caminhão será designado as suas portas dentro do terminal, havendo diversas modalidades.
  • FLUXO DO TERMINAL: nesse caso, é o próprio fluxo das cargas que estabelece alguns critérios de classificação, como no caso de horários específicos ou livres tanto para chega quanto saída e também da permutabilidade dos produtos.

São classificações menos utilizadas pelos empreendimentos e centros de distribuição, uma vez que as outras citadas anteriormente são capazes de manter um bom controle dos produtos.

Quem esse sistema de distribuição atende?

O cross docking atende principalmente os empreendedores que desejam eliminar o estoque de seus empreendimentos.

Outro caso comum é também por empreendedores que contam com dificuldades de organização desse estoque de acordo com a demanda.

Até mesmo grandes empresas como a Amazon utiliza do cross docking para contar com a sua agilidade tão conhecida.

Essa modalidade pode ser implementada para todos tipos de empreendimentos, desde pequenas à grande empresas.

Principais benefícios do Cross Docking

O cross docking conta com diversos benefícios, como a redução de gastos com estoque, sem contar com a agilidade de entrega para o cliente final.

Mas isso não é tudo: com essa modalidade de distribuição, é possível também reduzir a ocorrência de furtos de mercadorias.

O cross docking pode deixar a entrega mais ágil, reduzir a ocorrência de furtos e eliminar a necessidade de estocagem. Abaixo, acompanhe os principais benefícios.

Para a transportadora existe o melhor aproveitamento dos veículos de entrega, pois é mais fácil de aproveitar o espaço útil dentro dos caminhões que atendem uma certa região.

Isso faz com que a redução de custos e lucratividade da transportadora sejam ótimas para o negócio.

Com a agilidade de entrega, também há uma maior satisfação dos clientes, que contam com o produto em mãos em pouco tempo.

Todos esses benefícios são ótimos para ambos lados, tanto do empreendedor quanto da transportadora, reduzindo custos dos dois lados de forma organizada e otimizada.

Como implementar o Cross Docking?

Com todas as vantagens citadas acima, a implementação é o próximo passo a ser realizado, que deve contar com diversas etapas. Entre elas:

  • equipe treinada e preparada para o cross docking;
  • negociação com fornecedores;
  • investir em um ERP;
  • escolher um centro de distribuição.

Em seguida, veja mais sobre cada etapa de implementação:

Equipe treinada e preparada para o Cross Docking

Por se tratar de uma atividade essencial, é preciso que toda a equipe seja capaz de a gerir de forma clara e organizada.

Todo o contato entre fornecedores, pedidos, distribuidores deve ser feito de forma clara para que o cross docking possa funcionar e não prejudicar o empreendimento.

Negociação com fornecedores

É preciso negociar com os fornecedores para formalizar os acordos quanto ao estoque, além do tempo de reposição de cada produto.

Essa etapa é essencial para que não falte produtos para o cliente e acabe afetando todo o sistema de distribuição do cross docking.

Investir em um ERP (Enterprise Resource Planning)

Todo o Cross Docking funciona por conta de uma eficiência na sincronização do fluxo de produtos. Além disso, também é preciso sempre ter informações internas e contato com fornecedores.

Para garantir que que todas essas informações e mercadorias estejam sincronizadas e organizadas para o cross docking, é recomendado investir em um sistema de gestão empresarial.

Desse modo, é possível contar com todas as informações (de todos setores) de forma organizada, prevenindo diversos erros e, consequentemente, gastos desnecessários.

Escolher um centro de distribuição

Todo o cross docking é baseado no centro de distribuição que irá receber e encaminhar as mercadorias ao destinatário, e por isso é tão importante tomar a decisão certa na hora de escolher.

Por conta disso, há uma série de fatores que devem ser levados em consideração na hora de tomar a decisão sobre esse centro:

A localização ideal 

A localização é importante desse centro é importante, pois afeta todos os custos operacionais do empreendimento.

Essa localização pode afetar ainda mais caso o empreendimento receba diversas mercados de vários fornecedores.

Por se tratar de transporte, é preciso levar em consideração toda a distância que os caminhões devem percorrer para chegar do fabricante ou fornecedor até o terminal de cross docking, além da distância do terminal até o cliente final..

Por conta disso, é preciso optar por um terminal em um ponto estratégico que facilite a entrega para ambos (do fabricante/fornecedor ao terminal e do terminal ao cliente final), no menor prazo possível.

Normalmente os pontos ideias de cross docking ficam em regiões metropolitanas, para agilizar fretes e otimizar o tempo de entrega.

O formato do terminal de Cross Docking

Assim como citado anteriormente, o formato do terminal pode variar entre as letras I, L, U, T, H ou E.

Esse formato afeta na hora de carregar ou descarregar caminhões, sendo que o mais utilizado é no formato da letra “I”.

O número de portas está interligado ao formato do terminal, como por exemplo:

  • Até 150 portas: terminal em formato “I”
  • 150 a 200 portas: terminal em formato “T”
  • 200 portas ou mais: terminal em formato “X”

Quanto menos portas, os terminais são menores e contam com um planejamento direto e com preços mais acessíveis.

Os formatos em “T” e “X” são melhores dentro do cross docking, uma vez que há uma certa centralidade no meio do terminal.

Fluxo de cargas nos horários

Na hora de escolher um centro de distribuição, também é preciso verificar a forma que as mercadorias chegam, como seu fluxo de cargas e roteamento de veículos, que afetam diretamente os custos logísticos quanto a entrega.

Dependendo da demanda, os horários podem ser:

  • NÃO RESTRITOS: caminhões chegam e saem conforme entram no terminal.
  • RESTRITOS: caminhões transportam mercadorias só em horários programados. 

É recomendado optar pelo modo não restrito quando a demande de clientes é abundante, com diversas entregas necessárias em regiões diferentes. Caso contrário, o horário restrito é o ideal.

Designação das portas aos veículos

Por fim, outro ponto importante é quanto as portas para entrada e saída dos caminhões, de forma que a produtividade seja otimizada.

Não há segredo: caso existam mais portas que veículos, é só designar uma porta para cada caminhão e pronto, está feito.

No entanto, em casos onde haja mais caminhões que portas no terminal de cross docking, é preciso apontar horários para utilização das portas pelos veículos.

Esses horários podem ser feitos da seguinte forma:

  • Curto prazo: Quando o gestor logístico tem dados e organiza de forma que as portas sejam designadas para os caminhões que vão chegar naquele dia.
  • Médio prazo: As portas são designadas conforme locais específicos, como mercados vindas de um fornecedor X chegam na porta Y. É comum quando há contratos de um período específico, pois ocorrerão com frequência. 
  • Curto e médio prazo (combinado): nesse caso, algumas portas podem ser fixas para veículos chegando do fornecedor X, enquanto as portas de outros fornecedores são designadas no curto prazo pelo gestor logístico. 
  • Real time (tempo real): nesse método, o gestor logístico que está no terminal irá designar as portas assim que os veículos chegarem. Ou seja, os caminhões chegam e ganham portas podem “ordem” de entrada.

Cross Docking para todos

A implementação do cross docking é viável para diversos empreendimentos, independentemente de seu tamanho (pequena, média ou grande empresa).

Além disso, conta com diversos benefícios que devem ser levados em consideração na hora de escolher entre a opção de entrega tradicional e essa modalidade que auxilia diversos empreendedores.

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